Unica espera que a safra 2021/22 do Centro-Sul feche com 525 milhões de toneladas

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Unica espera que a safra 2021/22 do Centro-Sul feche com 525 milhões de toneladas

16/12/2021

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As intempéries climáticas registradas ao longo do atual ciclo levaram a uma redução na quantidade de cana processada na safra 2021/22. A estimativa divulgada pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), nesta quinta-feira, 16, é que a safra, que se encerra em março de 2022, feche com 525 milhões de toneladas de cana processadas, redução de 13,3% na comparação com os 605 milhões de toneladas no ciclo 2020/21.

 

Mesmo com oferta menor de matéria-prima, o atual ciclo registrou crescimento da produção de etanol anidro, relembra a entidade. A expectativa da Unica é que o aumento chegue a 13,7% ao final da safra, totalizando cerca de 11 bilhões de litros. O volume produzido de hidratado, por sua vez, deve alcançar 16,7 bilhões de litros, registrando queda de 19,3% quando comparado ao ciclo anterior.

 

“Essa projeção é reflexo do cenário vivenciado ao longo desta safra. No lado da demanda, sofremos com as restrições de mobilidade. No âmbito da oferta, a lavoura foi impactada pelas geadas e pela seca histórica. Apesar dessa condição, o setor se mostrou resiliente e está conseguindo atender de forma satisfatória a demanda por biocombustível”, destaca o diretor técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues.

 

Produção

A Unica estima que 55,13% da cana-de-açúcar processada na atual safra será destinada à produção de etanol, contra os 53,93% observados no ciclo anterior.  Com isso, o volume total de etanol produzido deve alcançar 27,7 bilhões de litros, com retração de 8,7% no comparativo com a safra 2020/21.

 

A produção de açúcar também deve registrar redução, conforme a entidade: cerca de 32 milhões de toneladas na atual safra, ante 38,5 milhões no ciclo anterior.

 

Mercado de açúcar e de etanol

Desde o início do ano até 1º de dezembro, o Brasil exportou 25 milhões de toneladas de açúcar, com geração de divisas totalizando US$ 8,43 bilhões, de acordo com a entidade. Ela destaca que os principais destinos do adoçante brasileiro foram a China (15,9%), a Argélia (8,4%) e Bangladesh (6,8%).

 

No mercado interno, a comercialização de açúcar no mesmo período alcançou 7,9 milhões de toneladas, registrando redução de 4,54%, conforme a Unica.

 

Já no mercado de combustíveis, a Unica pontua que as vendas de etanol hidratado alcançaram 15,5 bilhões de litros de janeiro até 1º de dezembro de 2021 – queda de 10,8% na comparação com o volume comercializado no mesmo período do ano anterior. 

 

Geração de CBio supera metas

O ano de 2021 marcou a consolidação da Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio). A geração de Créditos de Descarbonização (CBios) deve atingir mais de 30 milhões títulos, segundo a Unica - essa quantidade, somada ao estoque existente no início do ano, supera em mais de 8 milhões de CBios a meta estipulada pelo governo federal para 2021, de aproximadamente 25 milhões de créditos.

 

A entidade destaca que o volume significa que foram evitadas as emissões de mais de 30 milhões de toneladas de CO2. 

 

“O resultado reforça o comprometimento do setor sucroenergético com a oferta de energia de baixo carbono para a mobilidade sustentável e a consequente redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE)”, destaca a entidade. 

 

Conforme a Unica, para que essa redução seja cada vez maior, a cadeia sucroenergética vem ampliando parcerias com o setor privado, com o governo e instituições educacionais. Um exemplo citado pela entidade é o movimento Mobilidade Sustentável de Baixo Carbono (MSBC), em parceria com o setor automotivo, que tem como objetivo a construção de um plano estratégico para promoção da Mobilidade Sustentável no Brasil. 

 

Internacional 

“Responsável por um quarto das emissões globais de gases de efeito estufa, o setor de transportes tem um grande desafio pela frente quando o assunto é descarbonização. Nesse sentido, a Unica apresentou durante a Expo Dubai e a COP 26, em Glasgow, rotas disponíveis para uma mobilidade sustentável”, destacou a entidade.

 

“O futuro da mobilidade será alcançado por meio de múltiplas rotas, levando em consideração a particularidade de cada região do mundo. Não existe uma solução única. Nossa ideia é apresentar o que o Brasil tem feito para mitigar suas emissões no setor de transportes e inspirar outras regiões do mundo”, afirma Evandro Gussi, presidente da Única.

 

A Unica destaca que, desde 2003, lançamento dos carros flex, o etanol já evitou a emissão de mais de 570 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera. “Para atingir esse número de maneira alternativa, seria necessário cultivar 4 bilhões de árvores ao longo de 20 anos”, completa.

 

“O encontro do avanço da tecnologia de produção de etanol com as inovações do setor automotivo marca a construção de um caminho para uma nova era da sustentabilidade”, destaca Gussi.

 

Conforme a entidade, mais de 70 países no mundo já contam com regras que estabelecem a mistura do etanol à gasolina. Além disso, países como Índia e Reino Unido estão ampliando os níveis de mistura visando a redução das emissões e melhoria da qualidade do ar.

 

Fonte: UNICA

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